Albano Cardoso

“O meu trabalho propõe repensar a cultura relativamente ao que hoje é estabelecido e imposto como valores tradicionais para os angolanos: ou seja, penso e crio a cultura angolana para além das fronteiras étnicas ou religiosas e no contexto global em que vivemos."

“O meu trabalho propõe repensar a cultura relativamente ao que hoje é estabelecido e imposto como valores tradicionais para os angolanos: ou seja, penso e crio a cultura angolana para além das fronteiras étnicas ou religiosas e no contexto global em que vivemos.

Como artista visual, trabalhando com pintura acrílica ou com fotografia digital, quero reunir as pessoas para interagirem apenas pela interação. Isto é crucial para uma sociedade produtiva; uma sociedade produtiva tanto do amor quanto do científico.

A prática da arte é o elemento chave para compreender a vida presente num local caótico do pós-guerra. Permitir-nos-á aprender mais sobre os desejos e expectativas das pessoas, mas também sobre a dor emocional e as cicatrizes deixadas pelos anos de conflito militar. Levanta questões há muito esperadas, como o fardo do analfabetismo, que a nação precisa de enfrentar rapidamente e de uma forma mais complexa do que apenas abordar a questão do(s) a-b-c(s).

Aqui precisamos de arte nas nossas vidas presentes para refletir sobre o passado, construir o quotidiano e prever o amanhã.”

Albano Cardoso
Biografia
Biografia

Albano Cardoso (Luanda, 1966) é um artista multimédia cujo trabalho inclui pintura, fotografia, poesia e vídeo. Radicado em Luanda, faz da prática artística o elemento-chave para a compreensão do quotidiano deste local do pós-guerra. Sua pintura usa cores para produzir harmonia e contenção, enquanto suas fotos estendem um aperto de mão acolhedor que convida os cansados, curiosos e desavisados a conversar.

Licenciou-se (1984-89) na Escola de Formação de Professores Instituto Normal de Educação “Garcia Neto” em Luanda, e lecionou a disciplina de Língua Portuguesa e Inglesa a alunos do ensino secundário.

Durante a década de 1980 teve intensa actividade como atleta de alto nível na selecção angolana, em todas as faixas etárias. Isto lhe deu a oportunidade de conhecer lugares como a Itália; países da Europa Oriental; e África Francófona.  Um acidente de viação interrompeu a conclusão de uma frutífera carreira desportiva em seu nome.

Na década de 1990, cursou a Faculdade de Literatura, Ciências e Artes da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, nos Estados Unidos. Mais tarde mudou-se e trabalhou em Lisboa (Portugal) na indústria musical como Diretor de Marketing e Investimentos Culturais da R.M.S. editora musical.

Em 2005 regressou a Angola, após 16 anos fora do país. Em sua cidade natal, escreveu para o semanário Novo Jornal desde sua primeira edição, até meados de 2008. Em sua coluna apresentou a única cobertura da primeira feira de arte contemporânea da África, Joanesburgo, Samdtomn 2008. Escreveu e compôs músicas com o artista Paulo Flores lançadas nos discos “Xé Povo”; “Ex-combatentes. Exerceu o cargo de Coordenador Geral da 1ª Trienal de Artes de Luanda, apesar de actualmente ter cessado qualquer ligação a esta instituição.

Albano Cardoso
Trabalhos selecionados