Rita GT

Crescer em Portugal, com a sua história de colonização, comércio e intercâmbio cultural, tornou-me muito consciente dos fenómenos interculturais.

Crescer em Portugal, com a sua história de colonização, comércio e intercâmbio cultural, tornou-me muito consciente dos fenómenos interculturais. Vejo a arte como uma ferramenta poderosa para questionar e repensar estas questões com responsabilidade social, cultural e política. Explorar conceitos como a identidade europeia e colonial, a disciplina da história da arte e o papel dos museus é essencial para compreender os outros e ligar estas ideias à era da Internet. Como é que os novos media representam a cultura material hoje em dia? Tanto os museus como a Web funcionam como espaços de troca, negociação e comunicação, reflectindo a necessidade permanente da humanidade de transmitir e comercializar conhecimentos e objectos.

Interessa-me examinar questões controversas como a apropriação e a descontextualização de outras culturas através dos seus objectos característicos e dos contextos históricos do colonialismo e do modernismo. Além disso, exploro a utilização da Internet como um meio para divulgar obras de arte. A minha prática artística centra-se na constante mudança – ou deslocação – de lugar, cultura e modo de vida. Para ganhar novas perspectivas, acredito que é necessário sair do mundo familiar. É necessária uma segunda língua, uma segunda pele, ou mesmo mais, para repensar noções estabelecidas.

Rita GT
Biografia
Biografia

Rita GT (n. Porto, 1980) vive entre Portugal e Angola. É licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, concluiu o curso avançado de Artes Visuais na Maumaus School of Visual Arts (Lisboa, Portugal) e realizou o mestrado em Belas Artes na Malmö Art Academy (Universidade de Lund em Malmö, Suécia).

Interventiva e crítica, nas mensagens que transmite com a sua obra, a artista aborda temas como: a memória, a identidade ou a importância da defesa dos direitos humanos. O facto de ter vivido em diferentes países faz com que tenha uma visão alargada, equacionando e valorizando diferentes culturas e pontos de vista da história. A simbologia colonial a que recorre frequentemente, define a sua identidade e linguagem artística. Através da imagem, da palavra ou da performance, revela uma postura de constante questionamento e experimentalismo, tanto material, como conceptual.

Rita GT é fundadora do projeto e-studio Luanda e comissária do Pavilhão de Angola, curado por António Ole, na 56ª Bienal de Veneza (2015). Tem trabalhado ativamente entre Portugal e Angola, gerindo e comissariando vários projectos. O seu trabalho está representado em várias colecções públicas e privadas a nível internacional.

Rita GT
Trabalhos selecionados